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Diretor responde se Hulk vai sair do Atl�tico: 'S� de bengala'
Diretor resposta se H Hulk n�o vai ficar do Galo: "S� s� de Bengala"
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daqui de bengala, ou nem sai, nem nem sair. Amanh� ou depois est� dentro do clube, est� entro de alguma situa��o, ent�o n�o vejo por onde ele se desvincular do Galo", concluiu.
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Este artigo destaca uma bifurca��o no movimento renovador da Educa��o F�sica: a corrente mais conhecida questiona a abordagem tradicional no ensino dos esportes quanto � fun��o social da Educa��o/EF e a reprodu��o social.
Mas � a corrente ancorada nas teorias da aprendizagem (construtivista e desenvolvimentista) que alcan�a desdobramentos importantes ao incrementar as possibilidades dos m�todos de ensino dos Jogos Esportivos Coletivos (JECs), alegando a insufici�ncia do ensino centrado na t�cnica, descolado da ess�ncia t�tica desses jogos.
Nesse sentido, salienta a converg�ncia dessas duas correntes: a busca da autonomia do sujeito quanto aroleta brasileira blazerpr�pria pr�tica esportiva.
Mostra que o avan�o na quest�o da reprodu��o social s� pode ser dado pelos conceitos que transformaram os modelos de ensino dos JECs.
Conclui que a solu��o se basearia nos modelos de ensino que possibilitaram retomar o sentido dos jogos mostrando o entrela�amento dos JECs na trama social, permitindo equivaler diversas formas de movimento.
Este art�culo destaca una bifurcaci�n en el movimiento de renovaci�n de la Educaci�n F�sica (EF): la principal corriente acad�mica cuestiona el enfoque tradicional en la ense�anza de los deportes con respecto a la funci�n social de la EF y la reproducci�n social.
Sin embargo, es la corriente anclada en las teor�as del aprendizaje (constructivista y desarrollista) la que logra desdoblamientos importantes al incrementar las posibilidades de los m�todos de ense�anza de los Juegos Deportivos Colectivos (JDC's), alegando la insuficiencia de la ense�anza centrada en la t�cnica, apartada de la esencia t�ctica de esos juegos.
As�, resalta la convergencia entre estas dos corrientes: la b�squeda de la autonom�a del sujeto en a su propia pr�ctica deportiva.
Muestra que el avance en la cuesti�n de la reproducci�n social solo puede darse a trav�s de los conceptos que transformaron los modelos de ense�anza de los JDC's.
Concluye que la soluci�n se basar�a en los modelos de ense�anza que permitieron restablecer el sentido de los juegos, mostrando el entrelazamiento de los JDC's en el tejido social y permitiendo la equivalencia de diversas formas de movimiento.
1 INTRODU��O
Mesquita, Pereira e Gra�a (2009MESQUITA, Isabel Maria; PEREIRA, Felismina; GRA�A, Am�ndio Braga.
Modelos de ensino dos jogos desportivos: investiga��o e ila��es para a pr�tica.Motriz, v.15, n.4, p.944-954, out./dez.2009., p.
945) relatam um ponto de inflex�o quanto ao ensino, aprendizagem e treinamento (E-A-T) dos Esportes Coletivos, entendem ter acontecido um "[...
] movimento reformador do ensino dos jogos iniciado nos finais dos anos 60 e anos 70 e redobrado nos anos 90 do s�culo passado".
Relatam, no contexto europeu, o surgimento de novos modelos de ensino do que passam a chamar de Jogos Esportivos Coletivos (JEC's), inspiradosroleta brasileira blazernovas teorias da aprendizagem, cognitivistas e construtivistas.
Esses estudos influenciaram decisivamente o subcampo da Pedagogia do Esporte (PE) no Brasil.Galatti et al.
(2019GALATTI, Larissa Rafaela et al.
Pedagogia do esporte: publica��esroleta brasileira blazerperi�dicos cient�ficos brasileiros de 2010 a 2015.
Conex�es: Educa��o F�sica, Esporte e Sa�de, v.17, e019008, p.1-18, 2019.
) mostram que apenas 2% das publica��esroleta brasileira blazerperi�dicos de Educa��o F�sica (119 de 2738 artigos) tinham como tema a "Pedagogia do Esporte" entre 2010 e 2015.
Dentro desse espectro, o que � mais significativo para o assunto que estamos aqui tratando � que 32 dos 40 artigos encontrados tratam apenas do tema da "Metodologia de Ensino", sendo esse o grande tema da �rea da PE.
Tanto Galatti et al.
(2019) como Rufino e Darido (2011RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina.
A produ��o cient�ficaroleta brasileira blazerpedagogia do esporte: an�lise de alguns peri�dicos nacionais.Conex�es, v.9, n.2, p.130-152, maio/ago.2011.
) abordam tem�ticas (em PE) sobre as quais seria necess�rio o aprofundamento: a) estudos sobre esporte escolar; b) estudos sobre a pr�tica dos esportes com grupos especiais; c) estudos sobre organiza��o e sistematiza��o de conte�do, entre outros.
Se a "metodologia de ensino" � o grande mote das pesquisas, � poss�vel o entendimento de que o campo avan�ou bastante no intento de possibilitar a participa��o dos novos no sentido de auxiliar a encontrar uma melhor forma de se comportar no jogo, o que � um avan�o do ponto de vista pedag�gico.
Estes estudos colocam a necessidade de superar o que identificam como "abordagem tradicional".
Dentro da abordagem tradicional, entendia-se que a t�cnica era o elemento principal da a��o dentro dos Esportes Coletivos.
A aposta na depura��o da t�cnica individual tinha como premissa que a soma dos desempenhos significaria um melhor desempenho coletivo.
Essa an�lise mecanicista das a��es dentro do contexto esportivo � criticadaroleta brasileira blazerface da ess�ncia t�tica dos JEC's:
A compet�ncia do jogador n�o decorre, portanto, de um entendimento mec�nico que se restringe ao saber como executar determinadas t�cnicas.
No sentido de selecionar e executar a resposta motora mais adequada ao contexto que a reclamou, o jogador deve prioritariamente saber o que fazer e quando fazer (GARGANTA, 1998GARGANTA, J�lio Manuel.
O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos.
Perspectivas e Tend�ncias.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.23).
A aprendizagem da dimens�o t�tica melhora o desempenho dentro do jogo.
Em outras palavras, � um saber que se refere ainda � l�gica interna do jogo, e n�o � l�gica externa.
A l�gica externa � abordada pela PE de forma adicional (como na pedagogia desenvolvimentista, que trata a forma��o como multidimensional).
A renova��o do ensino trata-se aqui, portanto, de jogar melhor (tamb�m nessa perspectiva).
No campo da EF brasileira destaca-se tamb�m um movimento renovador com outros contornos hist�ricos.
No entanto, h� um ponto comum: a cr�tica � abordagem mecanicista do movimento humano e o surgimento de uma abordagem desenvolvimentista, assim como acabamos de caracterizar quanto aos estudos da PE.
A educa��o f�sica, como participante do sistema universit�rio brasileiro, acaba por incorporar as pr�ticas cient�ficas t�picas desse meio.[...
] Um grupo desses docentes optou por buscar os cursos de p�s-gradua��oroleta brasileira blazereduca��o no Brasil.
Principalmente com base nessa influ�ncia, o campo da EF passa a incorporar as discuss�es pedag�gicas nas d�cadas de 1970 e 1980, muito influenciadas pelas ci�ncias humanas, principalmente a sociologia e a filosofia da educa��o de orienta��o marxista.
O eixo central da cr�tica que se fez ao paradigma da aptid�o f�sica e esportiva foi dado pela an�lise da fun��o social da educa��o, e da EFroleta brasileira blazerparticular, como elementos constituintes de uma sociedade capitalista marcada pela domina��o e pelas diferen�as (injustas) de classe (BRACHT, 1999aBRACHT, Valter.
A constitui��o das teorias pedag�gicas da Educa��o F�sica.Cadernos Cedes, v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a., p.78, grifo nosso).
Bracht (1999aBRACHT, Valter.
A constitui��o das teorias pedag�gicas da Educa��o F�sica.Cadernos Cedes, v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a., p.
77) entende que h� um duplo vi�s no movimento renovador de 1980.
Em um primeiro momento "[...
] vamos assistir � entradaroleta brasileira blazercena tamb�m de outra perspectiva que � aquela que se baseia nos estudos do desenvolvimento humano (desenvolvimento motor e aprendizagem motora)".
Mas logo passamos a discutir a fun��o social da EF e qual o papel que esta pode desempenhar se n�o quer contribuir � l�gica da reprodu��o social.
� necess�rio mais uma vez ressaltar que, mesmo com este duplo vi�s, ambas as perspectivas criticam a abordagem mecanicista do movimento humano.
Ao que parece, e � isso que queremos investigar neste momento, � que duas ou tr�s d�cadas depois acabam por encontrar um ponto de converg�ncia.
Nesse sentido, nosso objetivo neste artigo � mostrar a converg�ncia entre os subcampos da Educa��o F�sica Escolar e da Pedagogia do Esporte no Brasil, expondo os avan�os desta �ltima quanto � inser��o dos significados culturais do esporte na pr�tica pedag�gica, que deveriam ser complementados com a inser��o no campo da Sociologia do Esporte.
Reverdito e Scaglia (2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides Jos�.
Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invas�o.
S�o Paulo: Phorte, 2009., p.
16) dizem partir do pressuposto de que "[...
] o esporte por si, n�o tem significado, este est� na sociedade que o transforma".
Nesse sentido, s� o esporte n�o contribuiria para o prop�sito educacional, mas o significado atribu�do a ele.
Os autores perguntam: "[...
] que praticantes se formar�o por meio da pr�tica esportiva? Para que tipo de sociedade se formar�o?".
Entendem ainda que essas e outras quest�es "[...
] dever�o ser questionadas e respondidas pela pedagogia do esporte, para que possamos efetivamente concretizar uma pr�tica educativa no esporte" (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides Jos�.
Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invas�o.
S�o Paulo: Phorte, 2009., p.17).
Apontam para a EF escolar como possibilidade de concretiza��o dessas expectativas, o que compartilhamos ser ainda uma lacuna nos estudos da PE.
Os autores tamb�m questionam se as "[...
] situa��es que se apresentam no alto rendimento esportivo [...
] a 'espetaculariza��o esportiva'" (REVERDITO; SCAGLIA, 2009, p.
127) s�o mesmo educativas ou se a estrutura reducionista e seletista acaba prevalecendo (como era a cr�tica no bojo do movimento renovador); perguntam ainda se a PE est� se ocupando dessas quest�es.
Trata-se de um tema comum na constitui��o das teorias pedag�gicas que surgiram ap�s o movimento renovador (SOARES, 2012SOARES, Carmen L�cia et al.
Metodologia do ensino da educa��o f�sica.
S�o Paulo: Cortez, 2012.
; KUNZ, 2004KUNZ, Elenor.
Transforma��o did�tico-pedag�gica do esporte.6.ed.
Iju�, RS: UNIJU�, 2004.
; BRACHT, 1999aBRACHT, Valter.
A constitui��o das teorias pedag�gicas da Educa��o F�sica.Cadernos Cedes, v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a.).
Reverdito e Scaglia (2009) entendem que a pedagogia deve ser inovadora e buscar a autonomia do indiv�duo, com a ressignifica��o da pr�tica esportiva:[...
] o fen�meno esporte � um patrim�nio da humanidade e n�o dever� ser compreendido apenasroleta brasileira blazeruma perspectiva vertical - da resultante -, mas, tamb�m, da horizontal, ou seja, do processo [...
] isso se torna poss�vel quando, por meio da pedagogia, transcendemos os aspectos met�dicos, tornando poss�vel 'pedagogizar o fen�meno esporte'" (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides Jos�.
Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invas�o.
S�o Paulo: Phorte, 2009., p.130, grifo nosso).
Aqui parece que as duas vertentes (desenvolvimentista e cr�tica-progressista) surgidas da cr�tica � abordagem mecanicista do movimento humano voltam a se encontrar, na transcend�ncia dos aspectos met�dicos, mas, paradoxalmente, nas possibilidades abertas pelas transforma��es metodol�gicas alcan�adas pelas perspectivas desenvolvimentista e construtivista.
Essa busca da autonomia do sujeito quanto aroleta brasileira blazerpr�pria pr�tica esportiva � o que justifica o conceito de cultura corporal de movimento, tido como o objeto de estudo e de ensino da EF escolar.
No verbete "cultura corporal de movimento" do Dicion�rio Cr�tico da Educa��o F�sica (PICH, 2005PICH, Santiago.
Verbete "Cultura Corporal de Movimento".
In: GONZ�LEZ, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo.
Dicion�rio cr�tico de Educa��o F�sica.Iju�: UNIJU�, 2005.p.108-111.
), ressalta-se tamb�m que se trata do "conceito de maior consenso na �rea", que redefiniu o objeto da EF.
Destaca a ruptura com a "vis�o biologicista-mecanicista do corpo e movimento" que era hegem�nica na EF e o fato de o conceito de "cultura corporal de movimento" vir a representar a "dimens�o hist�rico-social e cultural do corpo e movimento" (PICH, 2005, p.109).
� uma ideia que nutre-se do contexto te�rico das ci�ncias sociais e humanas das d�cadas 1960 e 1970, quando o corpo passa a ser entendido como "l�cus de inser��o do homem na cultura".
No entanto, Betti (2007BETTI, Mauro.
Educa��o f�sica e cultura corporal de movimento: uma perspectiva fenomenol�gica e semi�tica.
Revista da Educa��o F�sica UEM, v.18, n.2, p.207-217, 2007.
) destaca um dilema culturalista, um problema que consisteroleta brasileira blazertomar o corpo como produto da linguagem, e a cultura como causa das manifesta��es corporais.
O autor caracteriza, portanto, as pr�ticas corporais como c�digos institucionalizados e, uma vez n�o refletida a capacidade corporal de produ��o de linguagem, instaura-se o referido dilema.
Por isso, advoga que o papel da EF "[...
] seria auxiliar na media��o simb�lica desse saber org�nico para a consci�ncia do sujeito que se movimenta, por interm�dio da l�ngua e outros signos n�o-verbais, levando-o � autonomia no usufruto da cultura corporal de movimento" (BETTI, 2007BETTI, Mauro.
Educa��o f�sica e cultura corporal de movimento: uma perspectiva fenomenol�gica e semi�tica.
Revista da Educa��o F�sica UEM, v.18, n.2, p.207-217, 2007., p.208).
Nesse sentido, apesar de n�o se encontrar na PE uma exegese do potencial lingu�stico do corpo no registro s�cio-filos�fico, h� (definitivamente) uma reorganiza��o da media��o simb�lica pelo car�ter l�dico atribu�do aos JEC's (jogo como fun��o significante).
2 DO AVAN�O NA PE: RECOLOCAR EM JOGO O SENTIDO HIST�RICO DA A��O
Na media��o dos saberes corporais produzidos nos JEC's, o subcampo da PE avan�ouroleta brasileira blazertr�s conceitos que se inter-relacionam e possibilitam uma probabilidade de resolver a quest�o da fun��o social da Educa��o/EF e da reprodu��o social, preservando a fun��o social que caracteriza a hist�ria da EF: a interven��o sobre o corporoleta brasileira blazermovimento.
Em resumo: como podemos conceber a autonomia do sujeito como um processo que n�o seja relativo apenas a ordem da conscientiza��o, mas tamb�m relativo ao seu pr�prio estatuto corporal? A possibilidade da autonomia mora na transforma��o da pr�pria pr�tica esportiva, nas maneiras como ela pode acolher os rec�m-chegados.
O primeiro conceito importante neste sentido - at�roleta brasileira blazerordem cronol�gica - � o "Transfert", de Bayer (1994BAYER, Claude.
O Ensino dos Desportos Coletivos.
Lisboa: Dinalivros, 1994.).
Trata-se de um conceito que apareceroleta brasileira blazerv�rios estudos no subcampo da PE e fora dele (GALATTI; PAES; DARIDO, 2010GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, Roberto Rodrigues; DARIDO, Suraya Cristina.
Pedagogia do Esporte: livro did�tico aplicado aos Jogos Esportivos Coletivos.Motriz, v.6, n.3, p.751-761, jul./set.2010.
; DAOLIO, 2002DAOLIO, Jocimar.
Jogos esportivos coletivos: Dos princ�pios operacionais aos gestos t�cnicos- Modelo pendular a partir das id�ias de Claude Bayer.
Revista Brasileira de Ci�ncia e Movimento, v.10, n.4, p.99-104, out.2002.
; LEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides Jos�; REVERDITO, Riller Silva.
O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada na fam�lia dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009.
; GONZ�LEZ; BRACHT, 2012GONZ�LEZ, Fernando Jaime; BRACHT, Valter.
Metodologia do ensino dos esportes coletivos.
Vit�ria: UFES, N�cleo de Educa��o Aberta e a Dist�ncia, 2012.).
O conceito se refere � semelhan�a entre os esportes coletivos quanto � estrutura de jogo e aos princ�pios operacionais.
As primeiras l�gicas identificadas por Bayer (1994BAYER, Claude.
O Ensino dos Desportos Coletivos.
Lisboa: Dinalivros, 1994.
) que permitem o "transfert" s�o relativas � invas�o territorial, de ataque e de defesa, e desvelam o parentesco entre os JEC's.
Esse princ�pio � decisivo porque destaca e coloca como elemento central da aprendizagem um sentido que j� estava perdido, o sentido da invas�o territorial.
Toda t�cnica corporal fica, assim, submetida a um cen�rio cognitivo que excede as a��es motoras, metalingu�stico.
Leonardo, Scaglia e Reverdito (2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides Jos�; REVERDITO, Riller Silva.
O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada na fam�lia dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009.
) trazem a teoria dos sistemas de Edgar Morin para inteligir tamb�m a rela��o dos jogos com outros jogos,roleta brasileira blazerautonomia relativa.
O jogo seria uma suspens�o da realidade mas tamb�m um sistema complexo:roleta brasileira blazerum sistema complexo os antagonismos n�o s�o excludentes, somente na intera��o entre eles que as caracter�sticas emergentes aparecem.
Sendo assim, o jogo � um sistema complexo que se relaciona com outros sistemas (outros jogos e tamb�m com o meio social).
Da� vem o modelo pendular (de ensino dos JEC's) de Jocimar Daolio, onde as especificidades t�cnicas dos esportes coletivos v�o para o final da unidade de ensino, dando prioridade para as l�gicas internas comuns de Claude Bayer.
Enquanto sistema, o jogo se assemelha a outros sistemas e tamb�m se diferencia,roleta brasileira blazerdire��o �roleta brasileira blazeridentidade particular: da�roleta brasileira blazersemelhan�a com a sociedade e seu processo de diferencia��o, a elucida��o de seu "caldo cultural".
Outra l�gica derivativa desse mesmo conceito, que a� remetemos ao subcampo da PE no Brasil, � a l�gica da "fam�lia de jogos" (SCAGLIA, 2003SCAGLIA, Alcides Jos�.
O Futebol e os Jogos/brincadeiras de Bola com os P�s: todos semelhantes, todos diferentes.2003.164 f.
Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas.
Faculdade de Educa��o F�sica, Campinas, 2003.).
Uma fam�lia de jogos caracteriza-se por conglomerado de jogos que possuem semelhan�as e diferen�as entre si, "caracter�sticas essas, interdependentes, que simultaneamente se complementam e autoafirmam, possibilitando a inclus�o das unidades numa totalidade maior" (SCAGLIA, 2003SCAGLIA, Alcides Jos�.
O Futebol e os Jogos/brincadeiras de Bola com os P�s: todos semelhantes, todos diferentes.2003.164 f.
Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas.
Faculdade de Educa��o F�sica, Campinas, 2003., p.
105 apudLEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides Jos�; REVERDITO, Riller Silva.
O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada na fam�lia dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009., p.240).
Todo jogo possui uma estrutura interna (regras, jogadores e estruturas motrizes) e estrutura externa, "[...
] que interagem simultaneamente durante toda a realiza��o do jogo.
E, como resultado dessas intera��es, os jogos promovem emerg�ncias, que se caracterizam como aprendizagens (LEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides Jos�; REVERDITO, Riller Silva.
O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada na fam�lia dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009., p.240, grifo nosso).
O gol improv�vel de Juliano Bellettiroleta brasileira blazeruma final de Champions League adquire essa conota��o:
Pode ser que at� o dia 17 de Maio de 2006 o futebol fosse um jogo setorizado, onde importava mais que cada setor (defesa, meio-campo e ataque) cumprisse suas fun��es e aguardasse o seu momento de agir;roleta brasileira blazerque importava que cada jogador fosse o mais eficiente poss�vel no controle dos fundamentos do jogo [...
] Pode ser que a setoriza��o se traduzisse naqueles esquemas t�ticos, o mais popular entre eles, o 4-4-2, que traduziam a seguran�a de se defender com 4 ou com 5 jogadores [...
] setoriza��o que, diga-se de passagem, � um conceito administrativo.[...] Em Paris, F.C.
Barcelona e Arsenal empatavam pela final da Champions League daquele ano.
No final do jogo, Belletti estica uma bola para Larsson na lateral e tr�s jogadores do Arsenal fecham na marca��o do sueco.
Isso deixa o espa�o que Belletti ocupa com um movimentoroleta brasileira blazerdiagonal, recebe a bola de Larsson e finaliza fazendo o gol do t�tulo.
Na lembran�a de Belletti, ele entende que esse espa�o foi criado porque n�o se concebia que um lateral fizesse uma movimenta��o deste tipo, ele entende que um lateral europeu n�o faria, n�o era um h�bito.
O que � in�dito � a marca que se produz a partir deste ato.
S� no futebol setorizado tr�s defensores acompanhariam Larsson e deixariam Belletti sem marca��o entrar e fazer o gol.
Hoje, algu�m fecharia a linha de quatro defensores, ou o volante, ou o lateral.
O arcabou�o conceitual do jogo hoje � outro.
Pode ser que depois daquele gesto individual o jogo de futebol tenha sofrido uma inflex�o involunt�ria, da� aroleta brasileira blazercaracter�stica de palco.
No m�nimo, aquele gesto expos as amarras que estruturavam o jogo at� ali.
O pr�prio Belletti, depois que passa a bola para Larsson, antes de fazer o tal movimento, hesita e at� amea�a minimamente voltar para a defesa e depois volta a avan�ar; o que mostra a fragilidade deroleta brasileira blazercria��o, decis�o.
O que importa � que, uma vez realizado, surge como o ainda-n�o-ser que revela o que � e, ainda, a possibilidade de ser (GHIDETTI, 2018GHIDETTI, Filipe Ferreira.
"Pensar com os ouvidos": o problema da rela��o corpo-conhecimento a partir da Teoria Est�tica de Theodor W.Adorno.2018.261 f.
Tese (Doutoradoroleta brasileira blazerEduca��o) - Universidade Federal de Santa Catarina.
Florian�polis, 2018., p.256).
Existem importantes estudos que buscam desvelar a rela��o entre futebol e cultura, entre l�gica interna e l�gica externa.
Wisnik (2008WISNIK, Jos� Miguel.
Veneno Rem�dio: o futebol e o Brasil.
S�o Paulo: Companhia das Letras, 2008.
) explora os v�nculos entre a forma de jogar po�tica (el�ptica) do futebol brasileiro com a hist�ria da na��o.
Wilson (2016WILSON, Jonathan.
A pir�mide invertida: a hist�ria da t�tica no futebol.
Campinas,SP: Editora Grande �rea, 2016.
) mostra as evolu��es dos sistemas t�ticos no futebol ao longo da hist�ria eroleta brasileira blazerdiferentes regi�es do mundo.
Wilson (2016) mostra como a ideia do "jeito certo de jogar" �s vezes trava a evolu��o do jogo de futebol.
Os epis�dios do futebol por vezes se combinamroleta brasileira blazercren�as que estabelecem mudan�as no status quo sobre o jeito de jogar.
A hist�ria se sedimenta porque faz a uni�o entre uma forma de jogar e a expectativa do p�blico ("cair no gosto do p�blico local"), ou o inverso disso.
O trabalho do referido autor tem como tema a evolu��o dos sistemas t�ticos e explora a rela��o entre esse processo e as culturas locais onde esses sistemas se desenvolvem.
Quando um sistema � adotado como leg�timoroleta brasileira blazeruma determinada cultura, ou melhor, o �nico leg�timo, e � desenvolvido a partir dessa cren�a, ele acaba se esgotando.
O que significa que passa a n�o ser mais efetivo no jogo de futebol.
A endogenia acaba por inviabilizar o legitimado sistema.
Essas ideias mostram um aspecto das pr�ticas corporais, quando elas s�o as maneiras que se d�o para dar vaz�o as coisas tal qual elas s�o, resposta; o aspecto moral mostra o que elas s�o quando s�o significativas, conformam o homemroleta brasileira blazersi mesmo e da� n�o interessam para a EF, porque rompem com a possibilidade da forma��o, a possibilidade de outra sociedade.
A inven��o da fun��o do l�bero no futebol italiano por Arrigo Sacchi d� disto testemunho: "Foi o sucesso do Milan na Europa, nos anos 1960, que introduziu o l�bero como o padr�o italiano.
Um quarto de s�culo depois, foi o sucesso do Milan na Europa que acabou com ele" (WILSON, 2016WILSON, Jonathan.
A pir�mide invertida: a hist�ria da t�tica no futebol.
Campinas,SP: Editora Grande �rea, 2016., p.333).
Sacchi explica que teve que romper com a caracter�stica de �nfase defensiva do futebol italiano, que vinha da hist�ria da It�lia, que sempre foram invadidos por todo mundo, "ideia refor�ada pela derrota esmagadora na Segunda Guerra mundial".
Sacchi relata uma esp�cie de choque cultural entre o futebol deroleta brasileira blazerequipe e o imagin�rio italiano sobre o futebol.
� essa intera��o entre o sistema social e o jogo como sistema de autonomia relativa que n�o foi demasiadamente explorada no subcampo da PE.
No entanto, o avan�o significativo quanto aos processos de E-A-T nos JEC's abriram uma via interessante de enfrentamento da quest�o.
Reverdito e Scaglia (2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides Jos�.
Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invas�o.
S�o Paulo: Phorte, 2009., p.
141), autores atuantes na PE, caracterizam tamb�m este problema, veem o jogo e a cultura como manifesta��es sociais que "foram tecidas juntas", mas que a PE encontra problemasroleta brasileira blazertraduzir esse processoroleta brasileira blazerconhecimento - o problema � que a l�gica externa � tratada como uma l�gica adicional � l�gica interna.Veem o:
Esporte/jogos coletivo como um fen�meno social criado pelo homem, que se desenvolveu simultaneamente ao seu processo civilizador.
Portanto, n�o temos duas manifesta��es paradoxais ou excludentes, mas uma �nica manifesta��o sociocultural, promovidaroleta brasileira blazerum ambiente socializado e permitido pela representa��o do jogo.
O problema surge na pedagogia do esporte quando esta se limita a compreender apenas uma manifesta��o, descaracterizando a outra, ou seja, somos capazes de verificarroleta brasileira blazergrande parte as implica��es existentes nos jogos esportivos coletivos de ordem t�cnica, t�tica e estrat�gica existentes nas mais diversas modalidades esportivas, mas nos esquecemos que eles somente s�o permitidos por teremroleta brasileira blazerseu contexto (ambiente) uma manifesta��o de jogo jogado (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides Jos�.
Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invas�o.
S�o Paulo: Phorte, 2009., p.142).
Nesse sentido, entendemos que jogo e cultura n�o "foram" tecidos juntos mas que o jogo continua permitindo a irrup��o de emerg�ncias justamente por estar imerso na cultura.
Ou seja, continuam sendo tecidos juntos.
Esse v�nculo com a cultura que � necess�rio explorar de forma mais sistematizada, lembrando sempre que o que caracteriza a EF � a interven��o pedag�gica sobre o corporoleta brasileira blazermovimento (ou seja, trata-se de um saber que deve culminarroleta brasileira blazerum saber fazer e n�o somenteroleta brasileira blazerum saber conceitual).
Falamos aqui da exist�ncia de fronteiras da cultura que � onde se colocam justamente os jogos enquanto sistemas complexos.
Esses jogos servem como palcos de onde surgem as "emerg�ncias".
Logo, a busca para solucionar problemas no jogo depender� das regras que regem o jogo, das condi��es externas (ambiente f�sico e cultural, dentre outras condi��es ambientais que envolvem o jogo, por exemplo) onde este se realiza, do grau de envolvimento e engajamento do jogador - que se lan�a no jogo se valendo de seus esquemas motrizes anteriores.
A solu��o do jogo nascer� no bojo dessas intera��es, � medida que no jogo a desordem desencadeada, vai se ajustando e criando uma nova ordem, que porroleta brasileira blazervez provoca recursivamente a desordem.
Destarte, emergem das unidades complexas constantes solu��es.
E essas solu��es (emerg�ncias do sistema) trazem duas implica��es [...
], que evidenciam as tend�ncias integrativas e auto-afirmativas (SCAGLIA, 2017SCAGLIA, Alcides Jos�.
Pedagogia do jogo: o processo organizacional dos jogos esportivos coletivos enquanto modelo metodol�gico para o ensino.
Revista Portuguesa de Ci�ncias do Desporto, v.17, p.27-38, 2017., p.34).
Isso nos levaria de volta ao movimento renovador da EF brasileira e a necessidade ainda premente de justificarroleta brasileira blazercontribui��o quanto � fun��o social da educa��o/esporte e de propor alternativas e possibilidades de superar a l�gica da reprodu��o social.
Como o professor de EF pode favorecer o surgimento de "emerg�ncias"? Que a��es did�tico-metodol�gicas devem empreender para favorecer esse surgimento? A forma did�tica aplicada e desenvolvida para os JEC's retoma a historicidade dessas pr�ticas corporais e retomam seu contexto cultural (sua afinidade com o imagin�rio b�lico, de invas�o territorial, por exemplo).
Revelam a configura��o do jogo (seus contornos, regras, princ�pios operacionais, etc.
) e abrem as bases para aroleta brasileira blazerreconfigura��o.
O potencial pedag�gico do esporte se encontra, ao contr�rio do que se imagina, n�o na orienta��o direta (normativa) da socializa��o.
O seu verdadeiro potencial pedag�gico se encontra naroleta brasileira blazerapresenta��o aos iniciantes, quando o respons�vel por configurarroleta brasileira blazerunidade did�tica e a tematiza��o de determinado esporte consegue esticar e tensionar os conte�dos sociais "no campo".
Em outras pr�ticas corporais, esse procedimento � mais vis�vel.
Alguns gestos t�cnicos da capoeira, ou das dan�as populares podem ser estigmatizados devido a quest�es religiosas, por exemplo.
� nesse momento - e s� na interven��o - que aparece a corporeidade que � constru�da socialmente e velada; que direciona os costumes e age como se n�o existisse.
A interven��o direta sobre o corpo retoma a corporeidade existente e � lan�aroleta brasileira blazerdire��o ao n�o-existente.
Neste movimento, revela o que existe.
Mas entendemos que � preciso explicar esse mecanismo e, ao mesmo tempo, efetiv�-lo.
3 SOCIOLOGIA DO ESPORTE, PROCESSO CIVILIZADOR E CORPOREIDADE
S�o conhecidas no �mbito das Ci�ncias do Esporte as abordagens que aproximam o esporte moderno e o processo civilizador; nomes que se destacam, nesse sentido, s�o Eric Dunning e Norbert Elias: "[...
] podem as pessoas se congratular quando elas s�o as benefici�rias ocasionais de um processo '�s cegas' de longo prazo para o qual elas n�o contribu�ram pessoalmente?" (DUNNING, 2011DUNNING, Eric.
"Figurando" o esporte moderno: algumas reflex�es sobre esporte, viol�ncia e civiliza��o com refer�ncia especial ao futebol.
Revista de Ci�ncias Sociais, v.42, n.1, p.11-26, jan./jun.2011., p.14).
Nesse momento, tempo-espa�o s�o escassos para a exposi��o de tal teoria.
Mas o que devemos de pronto salientar para clarificar nossa ideia � que os esportes tamb�m tomam parte no processo civilizador.
Disputas contidas no limite da consci�ncia e que n�o ganham a dimens�o das a��es concretas s�o disputas parecidas a que encontramos nos JEC's.Dunning (2011, p.
15) mostra como dois jogos familiares se separaramroleta brasileira blazerdois esportes, justamente nesta disputa por status: "[...
] as disputas por status deste tipo tiveram import�ncia fundamental na separa��o entre o futebol e o rugby como formas de futebol".
Dunning (2011) mostra a import�ncia do esporte no processo civilizador - que tem evid�ncias emp�ricas retratadas na obra de Elias - e como se desdobraroleta brasileira blazerest�gios que devem ser elucidados porque explicam a forma��o da sociedade civil como um processo social "n�o-intencional (cego)" e que, portanto, n�o deve ter continuidade ad infinitum.
A figura��o, que Elias entende ser o complexo c�digo comportamental adquirido nesses processos sociais, � o conceito que permite inferir sobre a rela��o esporte-cultura.
Como o esporte se torna fundamental no processo civilizador? Como que esse produto do processo acaba por escond�-lo? O processo civilizador se mostra na mudan�a de h�bitos: a) elabora��o (refinamento) dos padr�es sociais; b) press�o social crescente pelo auto-controle mais rigoroso e cont�nuo do comportamento; c) mudan�a do equil�brio da censura externa e auto-censuraroleta brasileira blazerfavor da auto-censura; d) fortalecimento do "habitus", consci�ncia e superego como reguladores do comportamento.
Os padr�es sociais v�o sendo internalizados, operados abaixo do controle consciente.
O processo civilizador tamb�m � importante na forma��o do Estado-Na��o: a) forma��o do Estado; b) pacifica��o sob o controle do Estado; c) crescente diferencia��o social e extens�o da cadeia de interdepend�ncia (de poder); d) crescente igualdade de oportunidades entre indiv�duos de diferentes estratos sociais; e) riqueza crescente.
Sendo assim, as disputas v�o passando a se dar com a sublima��o da viol�ncia.
O desvio pulsional encontra uma nova casa, os esportes: beliger�ncia e agressividade encontram um espa�o socialmente toleranteroleta brasileira blazercompeti��es esportivas.
Viver esse impulso parado, ouvindo e vendo � um tra�o importante desse processo civilizador.
Esporte vai se tornando cada vez menos similar aos combates de guerra, uma caracter�stica encontrada nos jogos que o precedem.
Porroleta brasileira blazervez, estes jogos chegaram a ser proibidos por amea�arem a ordem social e prejudicar a for�a de guerra.
Dunning (2011DUNNING, Eric.
"Figurando" o esporte moderno: algumas reflex�es sobre esporte, viol�ncia e civiliza��o com refer�ncia especial ao futebol.
Revista de Ci�ncias Sociais, v.42, n.1, p.11-26, jan./jun.2011.
) argumenta que os costumes s�o mais fortes que a lei e esses jogos (formas populares de futebol) continuam at� serem marginalizados no s�c.XIX.
At� que escolas e universidades (na Inglaterra) come�am a fabricar uma forma moderna de futebol, por enfrentar um problema disciplinar, o fagging (o autor v� semelhan�as com o bullying).
Rugby foi a escola onde o sistema prefect-fagging foi reformado, reduzindo o poder arbitr�rio dos mais velhos sobre os mais novos.
O processo de surgimento das primeiras regras oficiais do futebol se deu na rivalidade entre Rugby e Eton que cunharam suas pr�prias formas de jogar football muitoroleta brasileira blazerfun��o de se distinguir, na busca por status.
Por fim, os etonianos banem o toque com a m�o do jogoroleta brasileira blazeruma tentativa de elev�-lo ao "auto-controle de elevado naipe".
Eles acabam sendo os mais influentes na forma do futebol como conhecemos hoje.
Seroleta brasileira blazerum primeiro momento o corpo aparece como manifesta��o aleg�rica da cultura (em seus tra�os mais b�rbaros) - nesse sentido, ele � sintoma, contracultura -, isso revela para o Estado moderno o potencial de controle que nele se inscreve, que o torna elemento central do processo civilizador.
Cabe, portanto, trazer � tona aquele potencial configurativo.
Nesse sentido, uma das perguntas principais que v�m norteando estudos no campo da EF � sobre como � poss�vel fundamentar teoricamente a rela��o entre corpo-conhecimento.
Uma discuss�o mais apressada corre o risco de reificar isso que se chama de significados das pr�ticas corporais.
Garganta (1998GARGANTA, J�lio Manuel.
O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos.
Perspectivas e Tend�ncias.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998.
) e depois Daolio (2002DAOLIO, Jocimar.
Jogos esportivos coletivos: Dos princ�pios operacionais aos gestos t�cnicos- Modelo pendular a partir das id�ias de Claude Bayer.
Revista Brasileira de Ci�ncia e Movimento, v.10, n.4, p.99-104, out.2002.
) exploram justamente a ideia de "t�cnicas do corpo", de Marcel Mauss, que consisteroleta brasileira blazerconceber o corpo como o primeiro instrumento do homem: "as diferentes formas de utiliza��o do corpo que permitem lidar eficazmente com os constrangimentos impostos pelas caracter�sticas das respectivas modalidades desportivas" (GARGANTA, 1998GARGANTA, J�lio Manuel.
O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos.
Perspectivas e Tend�ncias.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.22).
O autor entende que � o processo de padroniza��o (que torna a t�cnica reproduz�vel) que constitui a t�cnica como uma forte componente cultural.
Para al�m da efici�ncia da a��o, � um controle do resultado dessa a��o.
Esses autores comparam as t�cnicas corporais com as demais t�cnicas da humanidade (de cozimento, plantio, etc).
Esses procedimentos v�o ganhando tradicionalidade por atender a determinadas sociedades localizadas no tempo hist�rico.
O grande problema � a reifica��o e naturaliza��o dessas t�cnicas.
A PE avan�a at� o entendimento de que os contextos culturais v�o receber o arcabou�o de gestos esportivos a partir de suas possibilidades de interpreta��o, seus significados.
Mas essa propriedade lingu�stica do corpo careceria de uma fundamenta��o.
Procurando entender a possibilidade de uma cr�tica corporal do pol�tico - � preciso j� aqui destacar a diferen�a entre a fundamentar o corpo como produtor de linguagem e os processos de disputa que interrompem aquela constru��o social do corpo -, Gambarotta (2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016.
) busca na obra de Bourdieu discutir a materialidade do corpo na cultura.
Neste registro, o corpo � inst�ncia privilegiada da reprodu��o da domina��o porque escondido na invisibilidade e percebido como natural.
Foca, portanto, na investiga��o dos modos de produ��o do corpo, rejeitando pens�-lo como uma subst�ncia: configura-se tamb�m aqui uma abordagem materialista da corporeidade.
Aborda o corporal como uma trama de rela��es, uma constela��o.
O corpo seria, portanto, um emaranhado implicado com o tecido social e a quest�o que se faz o autor, e isso � o que mais nos interessa por ir ao encontro do que estamos problematizando nesse momento, � sobre a possibilidade de se dar conta desses dois planosroleta brasileira blazerrela��o.
Para testar essa teoria materialista do corporoleta brasileira blazerBourdieu, cuja principal tese � a de que "[...
] la perspectiva centrada en el uso (y sus reglas) permite elaborar una concepci�n de lo corporal que, rechazando radicalmente toda instancia sustancialista, busca dar cuenta de la l�gica de su producci�n" (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.
89), o autor problematiza as concep��es p�s-estruturalista de Judith Butler e a que chama tamb�m de culturalista, apontando como principais representantes desta David Le Breton e Thomas Csordas.
Busca ainda a ambiguidade entre as duas concep��es depois de identificar suas aporias e o car�ter s�cio-hist�rico dessa ambiguidade.
Da perspectiva culturalista, destaca que tomam como objeto de investiga��o "[...
] los sentidos que los agentes o grupos los dotan" (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.84).
Ao n�o indagar pelo processo s�cio-hist�rico objetivo que impacta o princ�pio de produ��o de sentido, essa perspectiva encontra seu primeiro limite.
Se o foco s�o os sentidos subjetivos atribu�dos ao corpo, esse subjetivismo anula as consequ�ncias objetivas desses mesmos sentidos.
Esse relativismo que da� resulta impede tamb�m de pensar uma cr�tica corporal, pois impede de pensar a fun��o do corpo no pol�tico, uma vez que, para isso, seria necess�ria uma inst�ncia fora do sentido subjetivo, fixando o olhar na trama de rela��es entre os sentidos.
A perspectiva culturalista ficaria limitada � descri��o.
De outra parte, a cr�tica que tece � perspectiva p�s-estruturalista de Judith Butler se apoia nos seguintes argumentos: tal teoria at� aponta para a produ��o objetiva dos corpos (corpos que importam versus corpos abjetos), mas falha quando obtura a capta��o da g�nese e do caducar na hist�ria dessa l�gica estrutural.
Esta teoria at� capta a conting�ncia e o car�ter n�o-natural de uma articula��o particular.
Ou seja, mostra o conte�do da domina��o, o produzido, como algo que n�o � fixo dentro das fronteiras hegem�nicas e normativas.Mas "[...
] la estructura objetiva escapa a tal contingencia, ella s� se encuentra fija, constituyendo la instancia �ltima de la cual no se indaga su principio de producci�n" (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.85).
Se n�o se questiona as condi��es de possibilidade de tal estrutura, a "materializa��o" do corpo permanece uma l�gica incondicionada.
O p�s-estruturalismo tamb�m ignoraria o mecanismo de dota��o de sentido subjetivo, subjugando-o como uma parte da estrutura.
O corpo acaba aparecendo aqui como um epifen�meno da estrutura.
Como dissemos anteriormente, Gambarotta (2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016.
) recorre � sociologia de Bourdieu para tentar dar um encaminhamento ao problema da substancializa��o do corpo.
Busca a produ��o pr�tica do corporal que tem lugar no movimento entre o subjetivo e o objetivo sem anular nenhum dos dois.
O autor sugere a mudan�a de foco para a t�cnica que se p�eroleta brasileira blazerusoroleta brasileira blazerum modo de corporeidade, o que n�o deixa de ser um ponto m�dio.
Usa como exemplo a estigmatiza��o dos modos camponeses que acabam produzindo o campon�s:[...
] No hay un cuerpo campesino - m�s aun no hay "campesino" propiamente dicho - anterior a su producci�n a trav�s de una clasificaci�n social que es tambi�n un enclasamiento, por el cual una determinada posici�n - producto de la historia del espacio social - es percibida (y autopercibida) socialmente como campesina (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.87).
Como se produz um corpo atrav�s de um uso espec�fico? � com essa pergunta que fica este autor.
Entre os usos regrados e as regras usadas, a �nica coisa que permitiria romper com a divis�o entre o que � humano (leg�timo) e o animal (ileg�timo) � justamente o foco no uso; contra a naturaliza��o do "natural" no ser humano que garante a domina��o simb�lica.
A cr�tica corporal a que se refere este autor assim � clarificada:[...
] una subversi�n simb�lica (que no es 'ideal' o 'material' sino propia de ese 'tercer orden') capaz de agrietar y arruinar las reglas usadas, abriendo as� el cerrado �mbito de los usos (im)pensables-(im)posibles instaurado por esas reglas del modo de corporalidad establecido.
Una subversi�n que pasa, entonces, por t�cnicas corporales que est�n de otro modo en las relaciones de dominaci�n, es decir, que sean t�cnicas otras, o con funcionalidades otras a la de su reproducci�n (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.95).
Uma corporeidade que irrompa a constela��o propriamente moderna entre o eu mesmo cultivado e o animal natural, a qual relegou �s emo��es e sensa��es ao controle da cultura.
� justamente na morte hist�rica do contingente, emroleta brasileira blazerdilui��o, que ele deveria ser reintroduzido na hist�ria, na a��o e no pol�tico.
Gambarotta (2016GAMBAROTTA, Emiliano.
Bourdieu y lo pol�tico.
Ciudad Aut�noma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.
96) conclui: "El car�cter disruptivo de un uso corporal s�lo es tal sobre el trasfondo del modo de corporalidad establecido, a partir de c�mo est� en �l".
O risco do isolamento "do corpo" e resolu��o conceitual do problema que este representa exp�e diretamente o risco da substancializa��o.
4 CONSIDERA��ES FINAIS
Por que dissemos ent�o que aquelas inova��es metodol�gicas resolvem a quest�o da fun��o social da EF/reprodu��o social? Porque permitem resetar o processo civilizador no esporte porque interv�m diretamente no substrato da civiliza��o, o corpo.
E como exatamente as propostasroleta brasileira blazerPE fazem isso?
- Retomam o sentido do jogo e, assim, contribuem para mudar o sentido do jogo;
- O princ�pio do "transfert" mostra o enraizamento dos JEC's na trama social; os temas de jogo s�o an�logos a quest�es constitutivas da sociedade.
Outrossim, a organiza��o do esporteroleta brasileira blazervolta da sobrepujan�a e da especializa��o (como se isso fosse ind�cio de evolu��o da esp�cie humana) � arbitr�ria.
As quest�es que balizam o contrato social sempre devem ser enfrentadas pelas novas gera��es.
A efici�ncia, nesse sentido, � uma farsa;
- Permitem testar a efic�cia de outras formas corporais.
Nesse processo, esbarram nas estruturas de compreens�o do tempo-espa�o, nos limites da "caverna".
Essas inova��es metodol�gicas favorecem a equival�ncia das formas eficazes.
O modelo de fragmenta��o da tarefa e condicionamento do meio cede espa�o diretamente � necessidade de tomada de decis�o.
No entanto, � preciso ressaltar que a PE foca apenas no fato de que a t�cnica (o modo de fazer) s� � acionadaroleta brasileira blazerum contexto, ancorada a uma raz�o de fazer.
A PE procura fazer o seu trabalho, que � controlar o contexto - "cadeia acontecimental" (GARGANTA, 1998GARGANTA, J�lio Manuel.
O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos.
Perspectivas e Tend�ncias.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.
23) - mas os sentidos que comp�e esse contexto extrapolam o jogo.
Os estudos pedag�gicos da EF chegaram ao entendimento de que a aula � um "fato social" (FENSTERSEIFER, 2009FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo.
Epistemologia e pr�tica pedag�gica.
Revista Brasileira de Ci�ncia e Movimento, v.30, n.3, p.203-214, maio 2009.).
Um acontecimento onde a sociedade entra na escola e interage ante a interven��o que toma lugar no tempo-espa�o aula de EF; nesse sentido se a desigualdade existe na sociedade, ela tamb�m "vem jogar" nas aulas de EF.
A PE deveria incorporar tamb�m a ideia do jogo como fato social.
Se h� que fundamentar a "l�gica externa" e aroleta brasileira blazerparticipa��o no jogo (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides Jos�.
Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invas�o.
S�o Paulo: Phorte, 2009.
), que se olhe mais diretamente para o car�ter s�cio-hist�rico das pr�ticas.
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